Reciclabilidade, na definição mais comum, é a capacidade que um material ou produto tem de ser reciclado.
Embora haja diversos resíduos recicláveis, nem sempre eles têm reciclabilidade. Isso ocorre quando a reciclagem é cara, quando a coleta é difícil e/ou custosa, se as tecnologias disponíveis não permitem o reaproveitamento dos materiais em larga escala etc.
Por vezes, inclusive, a reciclagem sai mais cara do que produzir com matéria-prima virgem e até impacta o meio ambiente em maiores proporções.
Ou seja, itens considerados sem reciclabilidade são aqueles que não trazem benefícios financeiros ou socioambientais nem para empresas nem para a coletividade.
É importante ressaltar, portanto, que a reciclabilidade não se trata somente do potencial de um objeto de passar por um processo de reciclagem, mas da viabilidade de ele vir, de fato, a ser reciclado.
Qual a diferença entre reciclagem e reciclabilidade?
A principal diferença é que nem todos materiais recicláveis acabam sendo reciclados.
Analisar a reciclabilidade de um produto é avaliar não somente se ele reúne características ou condições de ser reciclável, mas, também, sua viabilidade para integrar um ciclo de reciclagem.
Algumas características avaliadas em relação à reciclabilidade de um determinado material são: potencial para gerar economia de energia e de matéria-prima, para aumentar a produtividade, para reduzir resíduos etc.
Fatores como gestão do processo industrial, comércio, coleta e descarte são fundamentais na avaliação de viabilidade e concretização do processo de reciclagem, bem como para impulsionar o desenvolvimento de tecnologias que maximizem os resultados e benefícios citados anteriormente.
Embora haja metodologias para medir a reciclabilidade avaliando os materiais empregados nos produtos, os riscos de contaminação e a eficiência do processo, especialistas defendem que a reciclabilidade deveria estar presente desde a concepção dos produtos – e não somente no descarte, no fim da vida útil dos objetos.
Esta é, inclusive, uma das premissas da economia circular (já explicada neste Glossário): planejar, projetar produtos e soluções que sejam pensados para gerar menos resíduos.
Em outras palavras, a fim de potencializar a reciclabilidade de um material ou de um produto, é preciso que seu ciclo de vida útil seja elaborado, desde o início, para que ele tenha múltiplos usos, seja durável e gere o mínimo de resíduos. Importa, também, que todos os serviços relacionados a este produto mantenham o potencial de reciclabilidade dele.
Quando a reciclabilidade está presente, resíduos passam a ser vistos como matéria-prima com potencial de gerar valor, tanto financeiro como socioambiental para todos os integrantes da cadeia de produção e de utilização do produto.
Reciclabilidade na prática
Um dos materiais com mais reciclabilidade é o alumínio. Um estudo do Instituto Internacional do Alumínio (IAI, na sigla em inglês), comparando embalagens não-retornáveis de bebida, observou que 71% das latas de alumínio são recicladas – contra 40% das garrafas PET e 34% das garrafas de vidro.
Ainda de acordo com o estudo, “2 em cada 3 latas de alumínio são recicladas, sendo que uma volta às prateleiras em menos de 60 dias, enquanto a outra é transformada em diversos produtos recicláveis.”
A eficiência do processo de reciclagem também é mais alta quando se trata do alumínio. Quando uma latinha é recolhida para reciclagem 90% do material é aproveitado. Ou seja, somente 10% se perde ao longo das etapas de classificação, reprocessamento e refusão. No caso de embalagens PET e de vidro, 34% e 33% se perdem no processo de reciclagem, respectivamente.
A reciclabilidade destacada do alumínio também aparece em outras etapas do processo. O índice de coleta (porcentagem das latas que são recolhidas para reciclagem) é de 79% contra 61% do PET e 51% do vidro. Além disso, 36% do alumínio das latas é reaproveitado para a fabricação de outros produtos, contra somente 1% do PET e zero do vidro.
Por fim, quando se trata do uso do material coletado para o mesmo fim (reciclagem em circuito fechado), 33% do alumínio das latas gera outra lata. No caso do vidro e do PET, apenas 20% e 7% do que é coletado volta a ser empregado na fabricação de garrafas.
Deixe um comentário