Investimento social privado é o aporte voluntário de recursos de origem privada, de maneira sistemática, planejada e auditada, para iniciativas que promovam avanços socioambientais, culturais e científicos de interesse e utilidade públicos.
Trata-se, portanto, de uma maneira de empresas, fundações e institutos promoverem ações de impacto positivo para a sociedade sem fins lucrativos – por meio de capital próprio ou de mecanismos de incentivo fiscal.
Para diferenciar o investimento social privado de práticas assistencialistas, é possível listar alguns princípios:
- Planejamento, acompanhamento e avaliação constante dos recursos alocados e dos resultados obtidos;
- Foco em manter iniciativas sustentáveis que promovam impacto e transformação estruturais e duradouros nas esferas em que atuam;
- Participação da comunidade nas ações promovidas.
Como anda o investimento social privado no Brasil?
Entre 2020 e 2021, R$ 7 bilhões foram investidos socialmente por institutos, fundações e departamentos de responsabilidade social, de acordo com dados do Monitor de Doações da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR).
Isso se deve, em boa parte, porque durante a pandemia do Covid-19, houve maior participação de empresas na construção de soluções para problemas sociais vividos por diversas comunidades.
Para combater a doença, companhias investiram na compra de acessórios e equipamentos, na construção de hospitais e de fábricas de vacinas, e também em programas de apoio a pequenos fornecedores e comunidades afetados pela paralisação de negócios.
Além do aumento no volume de recursos investidos, este movimento resultou em maior colaboração interempresarial em projetos comuns.
Ricardo Voltolini, fundador da plataforma NetZero e CEO e consultor da Ideia Sustentável, comenta:
“Recursos existem, isso é um fato. Os muitos desafios sociais requerem soluções complexas, exigem alianças intersetoriais. A pandemia exercitou entre empresas não só altruísmo, solidariedade e empatia, mas o senso de responsabilidade cidadã por contribuir, de forma mais efetiva, para a melhoria das condições de vida das comunidades.”
E quais são as perspectivas?
Ainda de acordo com Voltolini, passada a situação de emergência causada pela pandemia, espera-se que o investimento social privado permaneça em patamares mais elevados. E que obedeça a três tendências:
1. Investimento estratégico
Cada vez mais planejado – com metas, métricas e avaliação de impacto – em projetos que melhorem o IDH de comunidades de baixa renda;
2. Ação colaborativa
Fomentada por empresas parceiras, com o objetivo de estabelecer focos, otimizar recursos e potencializar resultados;
3. Concentração de esforços em iniciativas transformadoras
Sobretudo aquelas ligadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e em sintonia com políticas públicas efetivas de educação, saúde, segurança alimentar, emprego e renda, saneamento, gênero, meio ambiente, transporte e habitação.
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