Segundo o dicionário digital Merriam-Webster, blockchain é um banco de dados digital que armazena informações (como registros de transações financeiras) que podem ser usadas e compartilhadas simultaneamente em uma grande rede descentralizada e acessível ao público. O termo, segundo o dicionário, foi ouvido pela primeira vez em 2011.
A IBM complementa essa definição. Ela define que blockchain é um registro compartilhado e imutável que facilita o processo de registro de transações e rastreamento de ativos em uma rede de negócios. Um ativo pode ser tangível, como uma casa, um carro ou dinheiro. Mas é preciso entender que ele também pode ser intangível, como no caso de propriedade intelectual, patentes, direitos autorais ou uma marca. Isso faz com que praticamente qualquer coisa de valor possa ser rastreada e negociada em uma rede blockchain.
À medida que uma transação ocorre, ela é registrada como um “bloco” de dados. Ela mostra a movimentação de uma ativo e pode registrar uma série de informações, como horário, temperatura, origem e nome. Cada nova transação se conecta ao bloco anterior, formando uma cadeia irreversível que impede que os blocos anteriores sejam alterados. Isso faz com que o blockchain seja inviolável, dando segurança à operação.
Essa tecnologia faz parte de um conjunto de um conjunto de novos protocolos da indústria 4.0 e ganhou notoriedade ao ser associada às criptomoedas.
QUAL É A VANTAGEM DE USAR TECNOLOGIA BLOCKCHAIN?
Essa tecnologia fornece informações imediatas, compartilhadas e transparentes, que podem ser acessadas apenas por membros autorizados da rede. O sistema traz uma visão única sobre o processo e permite que se acompanhe ponto a ponto os detalhes de uma transação. Isso reduz riscos e corta custos para os envolvidos.
“As operações geralmente desperdiçam esforços na manutenção de registros duplicados e validações de terceiros. Os sistemas de manutenção de registros podem ser vulneráveis a fraudes e ataques cibernéticos. A transparência limitada pode retardar a verificação de dados”, cita o manual da IBM sobre blockchain, elencando os problemas que a nova tecnologia pretende sanar.
Segundo a IBM, os elementos-chave da tecnologia blockchain são:
- Tecnologia de contabilidade distribuída
Todos os participantes da rede conseguem acessar o livro de registros com os dados imutáveis de transações. Assim, as transações são registradas apenas uma vez, eliminando a duplicação de esforço típica das redes comerciais tradicionais.
- Registros imutáveis
Nenhum participante pode alterar ou adulterar uma transação após ela ter sido registrada no livro. Se um registro de transação incluir um erro, uma nova transação deverá ser adicionada para reverter o erro e ambas as transações ficarão visíveis. Ou seja, o processo todo ganha transparência.
- Contratos inteligentes
As regras são armazenadas no blockchain e executadas automaticamente. Um contrato pode definir condições para transferências de títulos corporativos, por exemplo.
COMO BLOCKCHAIN PODE MAXIMIZAR AS INICIATIVAS DE SUSTENTABILIDADE?
O aumento crescente de projetos ambientais, sociais e de governança tem também ampliado a necessidade de dar transparência, rastreabilidade e confiabilidade a essa ações. Ao comunicar resultados de sua agenda ESG, as empresas precisam de métricas que possam quantificar o progresso de suas estratégias e indicadores-chave e, em determinados casos, serem auditadas por equipes externas.
Em NetZero, já contamos algumas dessas iniciativas, como a proposta da iRancho. A startup lança neste mês a Safe Beef, uma plataforma gratuita de rastreamento que deve entregar ao produtor e aos players do mercado da carne uma “ficha completa” da vida dos bois, garantida por tecnologia blockchain, que deve servir como certificação para transações comerciais entre produtores e também para seguradoras e frigoríficos. Outro exemplo é a Ribon, startup que fará uso do blockchain para estimular doações a projetos sociais.
A tecnologia blockchain também é central para a expansão de dois grandes pilares da sustentabilidade empresarial hoje: é ela que confere confiabilidade à estruturas que baseiam a economia circular e o mercado de carbono.
A multinacional brasileira de gestão ambiental Ambipar, por exemplo, lançou recentemente uma plataforma que permite que pessoas físicas possam calcular seu impacto e compensá-lo. Batizado de Ambify, o sistema faz uso de blockchain por garantir transparência e rastreabilidade ao determinar que cada crédito comercializado ficará atrelado à uma compensação.
Em outro exemplo, a Papirus emite créditos de reciclagem em blockchain, que são transferidos para “end users” – empresas que utilizam as embalagens feitas com os Vitacarta e Vitacycle da empresa. Nessas parcerias, a ideia é incluir um QR Code no produto final para que o consumidor possa rastrear todo o ciclo, seja incentivado a realizar o descarte adequado e faça a roda da econômica circular girar.
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