O que é efeito estufa?

O efeito estufa é a retenção de calor na atmosfera causada por alguns gases que a compõem – os chamados gases do efeito estufa (GEE). Este calor, por sua vez, chega à Terra por meio da radiação infravermelha emitida pelo Sol.

Funciona mais ou menos assim: quando parte da radiação solar que chega até a Terra é refletida pela superfície, o calor irradiado é mantido aqui dentro por uma espécie de redoma formada pelos GEE.

Os principais gases estufa são o vapor d’água (H2O), o gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), o ozônio (O3) e os clorofluorocarbonetos (CFC), além de outros menos presentes. Os gases atmosféricos mais abundantes como o oxigênio e o nitrogênio, por sua vez, não atuam para aquecer o planeta.

Sem o efeito estufa, a temperatura do planeta não seria quente o suficiente para manter água líquida superficial a ponto de manter a vida na Terra como a conhecemos. Ou seja, este fenômeno climático é fundamental para nossa sobrevivência por aqui.

Quem “descobriu” o efeito estufa?

O físico e matemático francês Jean-Baptiste Fourier foi o primeiro a teorizar o efeito estufa, na década de 1820. Seus experimentos demonstravam que estufas de vidro, construídas para climatizar ambientes quentes para plantas em regiões frias, emulariam o aquecimento atmosférico.

Nos anos 1860, foi a vez do britânico John Tyndall medir a absorção de calor pelo dióxido de carbono e pelo vapor d’água. Ele foi o primeiro a propor uma relação entre as eras com temperaturas extremas na Terra com a concentração de CO2 na atmosfera – quanto mais dióxido de carbono, mais quente o planeta, em média.

Do final do século 19 para o início do século 20, outros cientistas, como o sueco Svante Arrhenius e o britânico Guy Stewart Callendar, calcularam a relação entre a concentracão de CO2 e o aumento de temperatura. 

E foi nos anos 1950 que as primeiras medições de variação do CO2 atmosférico começaram a ser feitas constantemente, pelos EUA, a partir do lançamento do primeiro satélite espacial americano, o Explorer I. 

Como e quando o efeito estufa passou a ser um problema?

Desde o século 19, a atividade industrial humana, por meio da queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, passou a intensificar o efeito estufa no planeta. 

O resultado desta queima desenfreada é a emissão de gases, como o dióxido de carbono (CO2) e o metano, que potencializam o efeito estufa na atmosfera, aumentando a temperatura média global. 

E quase toda atividade humana, desde então, tem contribuído para aumentar as emissões: desde a locomoção por veículos movidos a gasolina, diesel, querosene, etc. até o aquecimento de ambientes, passando por geração de energia por meio de termelétricas e até por aterros sanitários, onde o lixo acumulado libera metano na atmosfera.

Com mais gases de efeito estufa (GEE) acumulados na atmosfera, a temperatura do planeta vem subindo ao longo do tempo. Desde o início da era industrial, há aproximadamente 250 anos, a temperatura média global já subiu 1,1 ºC. 

Pode parecer pouco, mas é o suficiente para desestabilizar o clima do planeta, causando eventos extremos. A ocorrência de inundações, secas, degelo, queimadas e recordes históricos de temperatura – para cima e para baixo – é cada vez mais frequente. Este cenário já está em curso, ameaçando comunidades, biomas e a própria sobrevivência na Terra.

Como consequência do efeito estufa intensificado, de acordo com os mais de 700 cientistas que compõem o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), a expectativa é de que, até 2030, a temperatura média global suba até 1,5 ºC em comparação com o período pré-industrial. 

Este avanço indica que os eventos climáticos extremos serão mais rotineiros e coloca todos nós diante de uma encruzilhada:

– Se as emissões de GEE continuarem no mesmo ritmo…
O aumento da temperatura global chegará a 2,4 ºC em 2050 e 4,4 ºC até 2100.

– Se mantivermos as emissões de GEE em queda nesta década e zerarmos até 2050…
O aquecimento global se estabiliza em 1,6 ºC no meio do século, podendo recuar para 1,4 ºC até o fim do século.

Ou seja, no cenário mais otimista, os eventos extremos decorrentes das mudanças climáticas continuarão sendo parte da nossa rotina, porém, sem escalar desenfreadamente.

Infelizmente, boa parte do estrago já ocorreu, e teremos que conviver com as consequências do aumento da temperatura média global. 

O que ainda pode ser feito para frear o aquecimento da Terra é diminuir drasticamente as emissões de GEE por meio de estratégias como o Net Zero e a transição energética, já explicadas neste Glossário, bem como incentivar e financiar ações nesse sentido por meio do mercado de carbono, green bonds e outros mecanismos.


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