Um novo relatório lançado na COP 27 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) traz dados preocupantes sobre o setor de construção civil: um aumento brutal da atividade elevou as emissões de CO2 para uma alta histórica de 10 gigatoneladas. O setor foi responsável por mais de 34% da demanda de energia e cerca de 37% das emissões de carbono relacionadas a energia e processos em 2021.
De acordo com o Pnuma, em 2021, a demanda por aquecimento, refrigeração, iluminação e equipamentos em edifícios aumentou cerca de 4% em relação a 2020 e 3% em relação a 2019, indicando que a lacuna entre o desempenho climático do setor e a necessidade de descarbonização até 2050 está aumentando.
O documento observou que o uso dos recursos brutos no continente africano deve dobrar até 2060. Estima-se que 70% do parque imobiliário do continente previsto para 2040 ainda não foi construído. Essa estimativa está de acordo com o crescimento da população da África, que deve chegar a 2,4 bilhões até 2050, 80% vivendo em cidades. Na Europa, o setor de construção representa 40% das necessidades totais de energia no continente. Cerca de 80% vêm de combustíveis fósseis.
No relatório, as Nações Unidas recomendam uma série de medidas a serem tomadas pelo setor de imobiliário e construção com urgência. Entre elas estão: políticas públicas que promovam a economia de materiais circulares, investimento em capacitação e cadeias de suprimentos que incentivem projetos com eficiência energética, construção sustentável e de baixo carbono.
Veja abaixo o gráfico da ONU sobre a participação de emissões de CO2 no processo de construções de 2021:
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